"Desde muito cedo me influenciei na bruxaria, pois fui criado em um lar onde a magia negra fazia parte do quotidiano. Meu avô era “pai-de-santo”, curandeiro famoso, sacerdote superior de uma das maiores Tradições de Alta Magia existentes no planeta Terra: a Malevs Maleficarvm. Eu cresci em meio aos trabalhos de magia negra, às possessões malignas e aparições espirituais.
Com doze anos de idade, conheci um sacerdote da Tradição, chamado Luiz. Ele seria meu mestre, até a minha formação. Nessa época, meu avô já havia falecido e todo o seu poder (demônios adquiridos por ele) passaram para mim. Eu não tinha idéia do que era aquilo, e também não sabia nada sobre a Tradição, tamanho era o sigilo dentro dela. Esse mestre, Luiz, me mostrou muitos sinais, fazendo coisas desaparecerem diante dos meus olhos, mudarem de cor, levitarem etc. Isso me fascinou imediatamente e fez com que eu, um garotinho medíocre de cidade do interior quisesse ser como ele, poderoso.
Luiz então, após conseguir me persuadir a entrar na Tradição, sentou-se comigo e me ensinou tudo sobre ela, seus grandes mestres, como surgiu, como minha família estava nela e até o pacto de sangue que meu avô havia feito para vender a minha vida à Tradição. Ouvi a tudo atentamente, fascinado com as descobertas que estava fazendo sobre a minha própria vida, sobre o passado da minha família. Feliz, estava decidido a ingressar no amaldiçoado e tenebroso mundo da magia, com apenas doze anos de idade.
Após a minha aceitação, passaram-se alguns meses de preparação para meu primeiro grande ritual: a iniciação. Nesse período, aprendi meditação, yoga, mentalizações. Procurava ler todos os livros esotéricos que Luiz trazia para mim. Muitos eram os assuntos que eu haveria de aprender, nos anos a seguir. No dia 31 de outubro, de 1989, aproximadamente às 21:00h fomos ao local escolhido para a iniciação. Era o dia de Sahmmain, ou vulgarmente conhecido como a Noite do Halloween.
Falei para minha mãe que iria acampar, embora fosse uma terça-feira. O ritual se deu em um morro, onde possuía uma clareira muito grande, ao lado de um abismo. Lá estavam mais duas pessoas, um sacerdote e uma sacerdotisa superiores. Estávamos Luiz, a Cris, que era a namorada dele, e eu. Ao chegarmos, esperamos um pouco e foi-se iniciado o ritual. Nesse dia, tive meu primeiro contato pessoal com Satanás, quando o vi atravessar flutuando um vale de uns 30 metros de altura, vestido em um bonito terno branco e, após transpassar as densas chamas de uma grande fogueira que estava entre nós, me abraçou carinhosamente, me chamando de filho.
Assinei meu primeiro pacto com ele. Meu corpo foi habitado por demônios e fiquei alguns meses com um sério retardo mental, devido à quantidade de poder demoníaco que estava em mim. Comecei a trilhar os graus da Tradição, que são nove, passando cada um com louvor máximo. Meu mestre e os demais mestres da Tradição se admiravam da minha desenvoltura com a magia, e da rapidez com que eu crescia. Já havia, após alguns anos, acumulado um poder muito grande, a ponto de fazer pequenos sinais e prodígios.
Fazia levitar pequenos objetos, mudava a cor do olho, cabelo, fisionomia do rosto. Já conseguia dominar o vento e conseguia fazer pequenos animais ficarem hipnotizados. Tinha uma grande desenvoltura com as palavras e impressionava as pessoas com os sinais que fazia. Passei a ler tarô, quiromancia (leitura de mãos), ver a áurea das pessoas. Isso me rendia um bom dinheiro, que eu empregava para minhas práticas satânicas.
Oferecia constantemente rituais aos demônios, a fim de adquirir maior poder, por parte deles. Matava gatos, cachorros e galinhas, destrinchava-lhes as vísceras e as oferecia em pratos com fezes aos demônios Belaam e Behetoth. Fazia diariamente sete rituais de invocação demoníaca, permanecendo quase que totalmente possesso, durante o dia todo. À noite, acordava de madrugada para conversar com “pessoas mortas” (demônios se passando por pessoas que já morreram), que me contavam o futuro, me revelavam segredos e levavam-me aos cemitérios para entregar coisas em seus túmulos.
Diariamente eu via essas manifestações e muitas outras. Já havia me acostumado com o mundo espiritual, pois estava tremendamente envolvido nisso tudo. Na chegada do sexto grau, ganhei o título de “feiticeiro” e adquiri um grande poder. Neste grau muitas pessoas são mortas, quando se começam a fazer rituais mais macabros e sinistros. Cada vez mais fui me afundando na magia negra, buscando fazer coisas mais terríveis para adquirir um maior poder.
Tive contato com demônios poderosíssimos, como Címerio, Belial, Asmodevs, Belfegor, Leviatã e outros. Aprendi a dominar os cinco elementos: fogo, água, terra, ar e heter, fazendo coisas impressionantes, como levitar o próprio corpo ou ficar invisível. Cegamente eu achava que isso tudo era algo bom para mim. Não me importava com a minha alma, não via valor algum a ela. A ilusão que a magia trouxe a minha vida causou estragos terríveis. Comecei a me tornar uma pessoa arrogante, insensível, mau. Tinha prazer em fazer mal às pessoas. Ordenava demônios sobre as pessoas, para acomete-las de doenças e até morte. Achava que isso jamais me traria algum malefício.
Quando completei dezesseis anos de idade, já estava pronto para me tornar um mestre. Espantosamente eu havia conseguido. Muitos não acreditavam no poder que havia em mim. A cada dia que passava, mais e mais a magia negra tomava conta da minha vida. Já não tomava mais banho, nem fazia a higiene pessoal. Passava dias sem comer, apenas me alimentando de sacrifícios e oferendas rituais. Satanás estava conseguindo cumprir o seu plano terrível: Já havia me matado, quando me separou de Deus, tinha me roubado, quando me iniciou na Tradição e estava preste a me destruir completamente, levando-me ao inferno.
Então chegou a hora de ser consagrado Mestre de Magia, pela Tradição. Como de praxe, foi preparado um local, uma casa abandonada, para o ritual da purificação. Um cômodo é inteiramente pintado de preto, por dentro. Todas as frestas nas paredes ou janelas que pudessem entrar alguma claridade são tampadas. Desenha-se no chão uma estrela com um círculo em volta, com giz branco e colocam-se velas em cada ponta dela. Ao redor do círculo, quatro velas são colocadas, para os guardiões (demônios) das torres cardeais.
Em um canto do cômodo, coloca-se uma vela branca, para o mensageiro, também chamado de demônio pessoal. Luiz fez todas as invocações demoníacas, trazendo para aquele ambiente todos os que me possuíam. Houve grandes manifestações. Partiram-se animais ao meio e suas carnes e vísceras eram comidas e seu sangue era bebido e se banhado. Entrei em um transe de alguns dias, onde tive pesadelos horríveis. Meu corpo foi dilacerado pelos demônios e quase não suportei. Ao término dos dias da purificação, acordei totalmente debilitado. Física, mental e principalmente espiritual. O lugar fedia muito. Um cheiro de animais mortos, podres.
Sangue coagulado sobre mim. Não havia quase oxigênio, devido o grande número de velas que ficaram queimando por todos esses dias. Demorei alguns minutos para achar a saída, tamanho era o estado de debilidade em que me encontrava. Do lado de fora, havia uma peça de roupa para mim, dentro de uma sacola plástica e uma carta do Luiz, dizendo que jamais eu tornaria a vê-lo novamente. Tinha que ser assim. Fui para casa e descansei muito, pois logo a Tradição entraria em contato comigo para marcar o dia da minha festa de formatura, onde eu passaria pelos testes mágicos, que certificariam que realmente Satanás me aceitou como mestre, então eu receberia o meu Áthame, o punhal mágico, que assegura ao bruxo todo o seu poder para realizar grandes encantamentos e malefícios.
Passados alguns dias, fiquei sabendo, por meio de Stinuts, o demônio pessoal que eu possuía, a data correta da festa da minha ordenação. Era uma festa como muitas outras, com bastante comida, bebidas e músicas. Muitos bruxos, todos acima do sétimo grau estavam lá. Fui recebido com muita alegria, pois era o caçula da turma e naquele dia iria me tornar o mais novo mestre de alta magia do Brasil. Após o almoço, todos foram colocar suas túnicas, para a grande reunião de ordenação mística. Um sacerdote superior, chamado Lord Ang Lewis estava lá, e dirigiu a reunião.
Após uma grande palestra, falando sobre as vantagens de pertencer a Tradição, por acreditarem ser os mais fortes, os únicos que restariam no planeta, disse também sobre o orgulho de terem um jovem de apenas dezesseis anos sendo ordenado mestre de magia. Isso mostrava o quando estavam sendo eficientes na colheita de almas para Satanás. Então alguns sacerdotes mostraram seus poderes impressionantes.
Uns conseguiam mover árvores enormes apenas com o comando do vento, outros faziam com que a terra tremesse, semelhante a um terremoto. A cada manifestação era sucedida de uma salva de palmas e urros de alegria. Também houve demonstrações de levitação, transfiguração, desmaterialização, transferência de sensibilidade e tantas outras coisas.
Em determinado momento, foram anunciados os testes que seriam feitos a mim, que antecedem a ordenação. Coloquei-me no lugar pré-estabelecido, invoquei os demônios que me acompanhavam e fiz os primeiros sinais: levitação, invisibilidade e poder. Todos ficaram impressionados com a facilidade em que eu operava tais coisas. Passado isso, houve os desafios. Um bruxo ficou a minha frente, tentando com os seus demônios me desmaiar. Joguei-o a uns dez metros para trás, apenas com a ação dos demônios poderosos que eu havia conquistado nos anos precedentes.
Outro atirava facas contra mim, as quais paravam em minha frente e caíam ao chão. Meu corpo era fechado por nove tratados de magia negra. Tinha tatuado no braço esquerdo o senhor da morte, que me garantia a proteção. Vários testes foram feitos, porém passei a todos. Muitos aplausos foram dados, pois ali estava mais um novo mestre da Tradição. Lord Ang Lewis trouxe, cerimonialmente, o áthame. Um bonito punhal, com lâmina ondulada quatro vezes, duas serpentes no cabo e uma lua. O símbolo místico da Tradição bem no início da lâmina de prata, reluzente. Aquilo daria a mim o poder de abrir círculos mágicos, assinar feitiços e realizar os próprios rituais de poder, nas festas mágicas do ano. O áthame seria a extensão do meu corpo, onde eu concentraria todo o meu poder.
Feliz, agora era um Mestre de Magia, formado pela maior Tradição Satânica do mundo. Tinha um poder impressionante, mas a cada dia que passava, eu precisava sacrificar mais, obedecer mais. Comecei então a iniciar pessoas na Tradição. Recebi o título de “homem da palavra”, entrei para os Cavaleiros Templários da Ordem de São João, que é uma ordem mística paralela à Tradição. Conheci profundamente a Maçonaria, Rosa Cruz, Templo Azul, Casa de Íris, Filhas da Luz e tantas outras ordens satânicas.
Minha vida já estava destruída pelo poder do mal. Satanás havia conseguido acabar com o que há de mais importante para um ser-humano: a família. Minha mãe não me suportava mais, a ponto de não me aceitar morando debaixo do mesmo teto. Fui morar então em outra cidade, para criar um grande grupo da Tradição lá. Mas foi nessa cidade que Deus começou a me cercar. Meus dias na bruxaria estavam contados. Fui morar em um hotel, onde várias pessoas se hospedavam ali, entre elas um hippie, chamado Edison, que vendia artesanato na rua.
Edison havia conhecido o Senhor e era um servo de Deus como poucos. Fiel na Palavra, no testemunho, me ensinou muitas coisas, entre elas a orar. Começou a me explicar os mistérios da Palavra de Deus, me mostrar as verdades da fé e os enganos que a Tradição estava me causando. Conheci também um servo de Deus impressionante, chamado Dile, dono de uma livraria evangélica em frente ao hotel que eu morava. Passei a jogar futebol com ele e a ouvir alguns CDs de rock gospel que havia em seu comércio. Dile e sua esposa, Dona Iolanda foram os pontos fortes da minha vida.
Posso dizer que nasci novamente dentro daquela livraria. O Senhor também mandou mais pessoas: Peter, um baterista que estudava no mesmo colégio que eu; Inajara, uma moça da igreja Batista e o advogado Dr. Ricardo, que eu fazia serviços de informática para ele. Cinco soldados de Cristo, que o Senhor reuniu para cercarem a minha vida e não me deixarem escapar. Certa vez, ao falar com Inajara sobre magia, poder etc, ela rindo duvidou de muitas coisas. Eu propus então um desafio, dizendo que iria até a sua casa a noite, em espírito, e entraria no seu quarto, e escreveria uma mensagem para ela.
A noite, fomos eu e Stinuts, em espírito até a região onde ficava a sua casa, porém ao chegar na esquina de lá, nos deparamos com uma criatura enorme, feita de uma forte luz resplandecente. Perguntei ao mensageiro o que era aquilo, e ele respondeu: “um anjo”. Ordenei ao meu demônio pessoal que o destruísse, porém ele me disse: “com esse aí eu não posso. Vai você” e desapareceu. O anjo fez um sinal para eu ir até ele, e me disse: “Satanás está te enganando. Volte para o Senhor! Jesus Cristo morreu por você, quem dera fosse por mim”, e tocou a minha face e eu acordei no quarto do hotel, com uma terrível dor de cabeça.
Satanás, já furioso com o cerco que o Senhor havia montado, tirou-me de lá e me levou a minha cidade natal, para iniciar um jovem, nos caminhos da Tradição. Chegando lá, no dia marcado para a iniciação, o jovem foi assassinado friamente, me deixando confuso com a real intenção da minha ida até lá. Eu teria saído apenas para vê-lo morre? Ou Satanás não queria que eu estivesse naquela cidade? Voltei para lá e passei a questionar todas as coisas. O Dile me deu uma Bíblia de presente e comecei a lê-la e quando se conhece a verdade, ela tem que libertar. Passei a entender muitas coisas e ver as mentiras que a Tradição havia contado desde o início.
Jesus havia sido morto, sim, como eles contavam. Mas era para remissão dos nossos pecados e para salvação de todo o que crer nesse sacrifício, e o mais importante, Ele havia ressuscitado, algo que a Tradição jamais contou a ninguém. Minha vida começou a passar diante de meus olhos, todos os instantes. Cada vez mais Satanás exigia que eu fizesse sacrifícios mais macabros e horrendos, algo que eu estava recusando. Eu queria poder, sim, mas não queria me tornar um assassino. As coisas estavam fugindo do meu controle. A noite, eu acordava com demônios guardiões do meu lado, me vigiando, porque muitos bruxos de outras irmandades queriam me destruir a todo custo.
Certo dia, ao chegar no quarto do hotel onde eu morava, encontrei Satanás sentado na cama, me esperando. Perguntei o que ele queria e sua resposta foi: “conversar”. “Pode começar então”, foi a minha resposta. Satanás começou dizendo que eu estava doente, que precisava descansar. Eu a tudo ouvia quieto, com um misto de medo, respeito e vontade, ao mesmo tempo, de manda-lo sumir da minha vida. Após ele falar algumas coisas, comecei a contar-lhe das minhas descobertas, que Jesus havia ressuscitado, que a Bíblia falava muitas coisas a respeito Dele e da derrota de Satanás. “O papel aceita tudo, a Bíblia foi escrita por homens” foi a sua resposta.
Eu já não aceitava mais as mentiras dele. Tomei coragem e disse: “Não quero mais estar na Tradição. Eu nego tudo o que eu fiz. Estou fora, porque você é um mentiroso”. Satanás se irritou de tal maneira que sua fisionomia se transformou terrivelmente, parecendo-se com um enorme monstro. Insultou-me de várias maneiras e me ameaçou dizendo que eu não podia mais sair das suas garras. Mostrou-me o pacto que eu havia assinado, dizendo que eu pertencia a ele agora. Eu falei que não, que pertencia a Deus e que ele, Satanás havia me roubado do Senhor. Satanás enfurecido tentou me matar, mas não conseguiu, porque o Senhor já estava fazendo a minha proteção. Então disse que mataria quem eu amasse, e desapareceu.
Assustado, fui ao bar da frente do hotel onde morava, tomar um café. Lá dentro novamente senti a presença do inimigo querendo me matar, então corri para a livraria do Dile, meu pai na fé, e lá, numa sexta-feira chuvosa, aceitei ao Senhor Jesus como meu suficiente Salvador, entregando-lhe minha vida por completo, minha alma, meu espírito e meu coração. Naquele dia todos os pactos com Satanás foram quebrados, minha vida foi restaurada e pude voltar para os braços do Pai, de onde jamais deveria ter saído.
Hoje sou pastor da igreja Batista Filadélfia e presidente do Ministério Internacional de Libertação (www.batalhaespiritual.com), um dos maiores ministérios organizados contra as seitas, irmandades, tradições de magia negra e satanismo. Ministramos cursos de libertação no Brasil todo e em vários países, auxiliando as pessoas a saírem das garras de Satanás. Muitas igrejas têm se filiado ao MIL, criando grupos fortíssimos de libertação, atuando ativamente da área da batalha espiritual. Se você deseja se filiar ao nosso ministério, acesse nosso site e cadastre-se. Faça parte do poderoso exército de Deus contra as hostes de Satanás."
Pastor Carlos Ribas
Extraído do site http://www.formandobreiros.com/carlo_ribas_bruxaria_conversao.htm
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